E criar a partir do barro é um gesto arquetípico. É convocar o princípio mítico presente em tantas narrativas de origem. Também por isso, a argila é um material tão potente num processo arteterapêutico. Dar forma é estruturante, criativo e desafiador.

O corpo inteiro se implica no encontro com a argila. Seu peso, textura e maleabilidade permitem toques com diferentes qualidades expressivas e afetivas. Com a argila, experimentamos a delicadeza do gesto e também a impressão da nossa força; a dureza e a adaptabilidade; o úmido e o seco; a estrutura e o desabamento; a abertura para dar forma e depois amassar, destruir e para então dar forma novamente. Assim, a argila pode instaurar conexões arquetípicas ao recordar que nós e tudo o que vive somos regidos por um processo contínuo de dar forma e transformar.

Sua textura densa abre muitas possibilidades de experimentação e uma imensa gama de sensações: pode ser um lugar de estranheza e desconforto para alguns, e, para outros, de alívio e prazer – o que reforça a importância do processo criativo com argila ser vivido dentro de um ambiente seguro e acolhedor.

Com ela, podemos criar e transformar. É um material que convoca a permissão para construir, destruir e reconstruir, formar e deformar, quantas vezes desejarmos.

No processo terapêutico, a argila pode ser uma potente via simbólica de expressão, elaboração e transformação de conteúdos e emoções que ultrapassam o intelecto, além de ter o potencial de desencadear processos fortes e profundos.

Acreditamos que a utilização da argila com intenção terapêutica pede delicadeza, preparo e cuidado por parte do arteterapeuta. Por isso, aqui no Baalaka desenvolvemos uma escuta sensível e atenta para cada material.

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Celeida Tostes é uma grande artista contemporânea que tem como o barro sua matéria-prima. Clique aqui!

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Por isso, a arte tem uma forte importância na construção da subjetividade de alguém que é atravessado por esse racismo estrutural diariamente. Assim, segunda a artista, “O resgate da autoestima e do senso de valor da história inspira pensadores e ativistas formando suas narrativas e criações, gerando um movimento que dribla à exaustão da luta diária pela existência e de não se entregar à tristeza de um mundo que os exclui e inviabiliza.”

A arte aparece como um movimento de encontro com si mesmo, além de criar um espaço de possibilidades em ter sua voz cada vez mais potente.

Conheça mais sobre essa incrível artista em seu site jessvieira.com

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